Olá! Como vai você?
Eu sou Maria Cecília Sales Mendes Prates, médica Nefrologista. Atualmente sou professora do curso de Medicina da UFVJM, atendo em consultório e trabalho no serviço de Hemodiálise da Santa Casa de Diamantina.
Mensalmente vamos falar sobre nefrologia e sobre as doenças que afetam os rins! O assunto escolhido para este mês é a campanha Setembro Verde – a importância da doação de órgãos e tecidos!
No mês de setembro, em todo o Brasil, é realizada a campanha de conscientização para a doação de órgãos. O Brasil tem o maior índice de aprovação de doação de órgãos no mundo e é referência mundial em transplantes, mas apesar destes dados, o número de doações efetivas ainda é baixo em relação ao número de pessoas que aguardam um órgão na lista de transplante. Isso acontece por causa da recusa das famílias em autorizar a doação ou pela falta de conhecimento do desejo do falecido em ser doador de órgãos ou ainda porquê o assunto é desconhecido e acompanhado de medos e mitos.
A doação pode ser de órgãos como rim, fígado, coração, pâncreas e pulmão e de tecidos, como córnea, pele, ossos, válvulas cardíacas, cartilagem, medula óssea e sangue de cordão umbilical.
Existem dois tipos de doador:
O doador vivo - que pode ser qualquer pessoa que concorde com a doação, desde que não coloque em risco a sua própria saúde. Em vida, pode-se doar um dos rins, parte do fígado, medula óssea ou parte do pulmão. Pela lei, parentes de até quarto grau e cônjuges podem ser doadores, os não parentes, só serão doadores com autorização judicial.
O doador falecido - é aquela pessoa, internada no CTI, que teve constatado a morte encefálica, em geral após um traumatismo crânio encefálico ou teve um acidente vascular cerebral, popularmente conhecido como derrame.
O diagnóstico de morte encefálica é muito criterioso. Dois médicos de diferentes áreas examinam o paciente, em momentos diferentes, e fazem o diagnóstico clínico de morte encefálica. Também é realizado o teste de apneia, para avaliar se o paciente apresenta movimentos respiratórios espontâneos (sem ajuda de aparelhos). Posteriormente, são realizados exames como: arteriografia cerebral ou doppler transcraniano ou cintilografia cerebral ou eletroencefalografia ou angiotomografia cerebral para avaliar se ainda há atividade elétrica ou metabólica do encéfalo ou a presença de fluxo sanguíneo intracraniano. Após a realização de todos esses testes e constatado o diagnóstico de morte encefálica do paciente, é declarado oficialmente o óbito e este é comunicado a família.
Em um segundo momento, a família é informada sobre a possibilidade de doação de órgãos. Caso os familiares concordem com a doação, será realizada uma cirurgia, com uma equipe especializada, para a retirada dos órgãos e tecidos. Após a cirurgia, o corpo do falecido não fica deformado e os familiares podem realizar o velório, com caixão aberto, normalmente.
Após autorizada a doação, os órgãos vão para pacientes que necessitam de um transplante e estão aguardando em uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria de Saúde de cada estado e controlada pelo Sistema Nacional de Transplantes.
Caso você, que acabou de ler esta matéria, queira ser doador de órgãos, saiba que não é necessário assinar nenhum documento e nem colocar esta informação do documento de identidade. Basta informar a sua família o seu desejo de ser um doador de órgãos.
Seja um doador de órgãos, a vida pode continuar!
Abraço,
Drª Maria Cecília.
Atendimentos:
•Diamantina: Rua do Fogo, 400 – Centro. Tel: (38) 9.9973-1321
•Itamarandiba: Rua Santa Luzia, 85 – Centro. Tel: (38) 3521-1869 ou (38) 9.9199-5758
•Capelinha: Rua JK, 73 – Centro. Tel: (33) 9.9139-1010 ou (33) 3516-2245
•Gouveia: Rua João Pequi, 63 – Centro Tel: (38) 99866-7740

