No início da madrugada desta terça-feira, 24 de novembro, o céu de Itamarandiba ficou totalmente tomado por raios, vários clarões chamaram a atenção no escuro da madrugada chuvosa. (Fotos tiradas durante a madrugada sem flash)
Pela manhã vários moradores relataram aparelhos eletrônicos queimados, e dentre os principais equipamentos que sofreram danos está o modem de internet.
Na semana passa houve um grande estrondo na cidade proveniente de um raio. Na ocasião houveram muitos relatos de moradores, principalmente do bairro Bom Jesus, que disseram terem tido prejuízo com diversos equipamentos eletrônicos com perda total.
Durante a manhã, não havia sinal de telefonia celular de algumas operadoras. Já os provedores de internet tiveram perdas em alguns equipamentos, deixando os usuários sem sinal de internet e normalizando o serviço só após as 11 horas da manhã, mesmo assim com velocidade reduzida.
Raios são comuns na região?
Estudo realizado por Furnas Centrais Elétricas e pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) revela que a região Sudeste do país foi a mais atingida por raios nos últimos seis anos. A região é responsável pelo maior consumo de energia elétrica da América do Sul. A alta incidência de raios colocou o Brasil na lista dos países onde o fenômeno ocorre durante todo o ano, independentemente das estações climáticas.
Quem arcará com o prejuízo?
O consumidor é protegido por uma resolução da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que obriga a concessionária de eletricidade a ressarcir o prejuízo quando aparelhos são danificados, seja por interrupção de energia ou por raios. Vale ressaltar que a instalação de uma rede elétrica de uma residência deve seguir as normas exigidas.
Como ocorre o raio?
O fenômeno é causado por uma descarga elétrica entre duas nuvens (o que é mais comum) ou entre uma nuvem e o solo. Essas nuvens são normalmente do tipo cúmulo-nimbo - verticalmente mais extensas, com a face inferior lisa. Elas se formam a cerca de 2 quilômetros de altura do solo e se estendem por até 18 quilômetros acima. O choque entre as partículas de gelo dentro da nuvem causa uma separação de cargas elétricas positivas e negativas. Quando a diferença de cargas é muito grande, uma carga elétrica, geralmente negativa, chamada condutor, fraca e invisível, deixa a nuvem e ziguezagueia para baixo, entre 30 e 50 metros de altitude. Devido à intensidade do campo elétrico formado, as cargas positivas do solo mais próximas do raio condutor, chamadas de conectantes, saltam até encontrá-lo, fechando assim o circuito elétrico entre a nuvem e o solo. Só quando as duas correntes se encontram é que tudo se ilumina e o raio pode ser observado.
Em outro tipo de raio, chamado de positivo, a posição das cargas é invertida, ocorrendo uma descarga negativa do solo e outra positiva da nuvem. Nos raios positivos, a descarga se origina da parte alta da nuvem, enquanto nos negativos sua origem é no lado inferior. "A maioria dos relâmpagos que atingem o chão é oriunda das nuvens. Menos de 1% se origina no solo e sobe para a nuvem. Para a formação dos dois tipos concorrem descargas tanto do solo quanto da nuvem, mas a mais comum é de cima para baixo", diz o geofísico espacial Osmar Pinto Junior.

